Saturday, November 20, 2004

Azêmolas manatiadas

A nuvem de pestilência
À mostra já deixa o pus
E com muita veemência
Ao cemitério conduz

Lugar de homens lôbregos
Que outrora era um pasto
Hoje só restam morcegos
Da luz nem sequer o rasto

Morcegos que mordem vorazes
A jugular da inocência
Por onde percorrem fugazes
Virtudes da santa demência

Tão nobres que não se ferem
Com setas no coração
E às vítimas proferem
Palavras de baixo calão

Trajando terno e gravata
Morcego nobre e frajola
Ostenta sua bravata
Enchendo sua gaiola

Um viveiro de vencidos
Subaéreos e primatas
Que por pedras atingidos
Findaram suas cantatas

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