Promessa de baile
Bela bailarina, desliza no palco
Arranca louvores de toda a platéia
Melhor dos remédios, salaz panacéia
A tua tenra tez, alva como talco
As tuas madeixas, lianas da Hiléia
São estonteantes, o mais puro álcool
Animam defuntos do frio catafalco
Refazem a forma da velha Pangéia
Por ti, meu desejo só cresce, não cessa
Aquece e degela a mais gélida essa
Assim, bailarina, no final da peça
De ti me despeço com uma promessa
Prometo sincero, jamais vacilante
Levar-te ao inferno, delírio de Dante
Entre labaredas, erguer-te rompante
E então devolver-te ao mundo dançante