Metapoema
Assim como os grandes literatos
e poetas,
faço poemas. Prosaicos ou herméticos,
são poemas.
E, como é inerente às torres de papel-marfim,
faço agora este poema. Não é bem um poema:
é um metapoema.
Celebro agora o ato nobre da criação,
de toda a incubação literária. Não
é só aconchego e lirismo:
é adultério.
Há também campos, impaciência e desassossego
barbarismos, feiúras e Barbarei
solecismos, redundâncias, cataclismos
prolixidade, pleonasmos e repetições
mintiras, disgraças e porres
ruas e bordéis.
Há ostentação deliberada e cavalheiresca
de palhaços buliçosos brincando em andaimes.
É como fingir ser catador de papel e lata.
Juntar tudo o que o povo não quer
e não sabe,
separar a lata do papel,
botar num saco de plástico
e vender
ao dono da sucata.
2 Comments:
Moderno, meu caro Afonso, moderno. Quase um Manuel Bandeira, o dominador supremo dos vesos livres, quase um Bandeira! Será que a tal moçoila de tendências modernistas é influente nessa atitude?
oi oi, bom eu gostei do seu poema, apesar de eu ter ler 2 vezes pra entender u.u' , mas tah bonito, BEM melhores q os meus!
bjaum ;*,
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