Santo subito!
Depois que morre, todo mundo vira santo. Morre o líder do tráfico de drogas da Favela do Gato Morto, e a mãe dele diz: "Oh, coitadinho do meu filho! Não fazia mal a ninguém"! Claro que não se pode comparar um reles traficante de favela ao glorioso Karol Wojtyla, sumo pontífice da Igreja por quase 27 anos, mas, seguramente, o prestígio de qualquer finado cresce em relação ao que ele tinha em vida.
Pois é, querem tornar o ex-papa João Paulo II santo. O papa Bento XVI já anunciou o início do processo de beatificação, que antecede o de canonização, do virtuoso polonês. Isso após 42 dias da sua morte, o que, de acordo com os trâmites tradicionais da Igreja, deveria começar só depois de 5 anos. A pressa é grande.
A beatificação exige a demonstração, ante uma equipe de sábios médicos e teólogos, de um milagre executado por ele. Depois, um segundo deve ser provado para que Karol seja declarado santo. Espero um bom milagre: a cura do câncer ou da AIDS, por exemplo. Tomara que não seja uma lavratura de imagem sacra numa janela de vidro ou um espetacular derramamento lacrimal de sangue.
Durante o seu pontificado, João Paulo II beatificou 1.338 pessoas e proclamou 482 santos. Em apenas 26 anos, foram proclamados por ele mais do que em quatro séculos por todos os seus antecessores juntos. É muita gente.
Além disso, foi um papa peregrino. Viajou pelo mundo inteiro levando o ideário cristão. Expandiu ainda mais os domínios da Igreja. Sofreu um atentado a bala e perdoou o autor, o que rendeu-lhe muitos pontos para uma futura canonização. Deixou uma valiosa herança para a cristandade. Foi um carismático arauto da Palavra. Queria vê-lo dando o outro lado do abdome caso o assassino voltasse.
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