Morte vermiforme
Num fígado tomado pelo verme,
hepatófago ser das tenebrosas
noites em bodegas - Com suas grosas,
esse ser vil alcança a epiderme.
Vislumbra, então, o mundo descoberto.
Altivo, vê o mundo à sua frente.
Orgulhoso e encantado, nem sente
o espírito da Morte que está perto.
Avizinha-se, pois, essa tal Morte,
rápido algoz. Promete em um só corte
vindimar a vida do hospedeiro
do verme... Mas tem um coração mole:
antes de arrebatá-lo por inteiro,
deixa-o tomar um último gole.
1 Comments:
Lendo os poemas da lista
Vi o que agora comento
Pelo meu entendimento
Algo bem pré-modernista
Científico, intrigante
De uma moral tamanha
Que se duvidar ainda ganha
Do tamanho do elefante
Quando li, tomei um susto
E perguntei meio sonso:
O soneto é do Afonso
Ou será que é do Augusto?
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